Macaco de imitação
Hoje, levando o João ao colégio, pelo caminho ele ia me mostrando suas habilidades como jogador de futebol. Conversávamos sobre os times, jogadores e dribles. E sobre os jogos no pátio da escola, com os amigos que, segundo ele, não sabem “enganar” a jogada.
Todo animado, ele parava a cada cinco passos para me mostrar dribles e pegadinhas, um vai-não-vai digno de… (oops, tenho muito a aprender sobre futebol!)
Quando perguntei como ele aprendeu tudo aquilo, João respondeu tranquilamente:
– ué, vendo. Eu vejo e faço, eu vejo e faço. Pronto.
Na hora achei bem divertido. Afinal, é assim mesmo que aprendemos, não? Quase por imitação. Quando adultos, estamos com a técnica tão refinada, que nem nos damos conta. Vemos e fazemos. Aprimoramos. Mas, macaqueamos.
Aí, lembrei desse vídeo que vi tempos atrás
O poder de observação dos pequenos é tamanho! Por exemplo: João aprendeu que deve andar do lado interno da calçada, simplesmente porque eu, durante nossas caminhas, sempre o troco de lado, o deixando longe do meio-fio. Vendo esses movimentos, me perguntou o motivo e respondi que era por segurança, que mulheres e crianças sempre devem andar desse jeito – o mais velho, ou mais forte, protegendo o mais novo, mais frágil. Desde então, quando vê alguma criança na beirada da rua, comenta em tom de quem sabe tudo: – ali, mãe, ele não sabe que criança tem que andar do lado de dentro da calçada.