03rd dez2014

Uma matéria interessante

by Biattrix

João já vai fazer 9 anos! Daqui a 102 dias, para ser bem precisa, meu bebê vai completar nove anos. É claro que ele não é mais um bebê, e em nada se assemelha a um – só mesmo na cabeça doida de mãe (na minha!), que cisma em chamar um pré-adolescente de bebê, como forma distorcida de carinho (mas isso é papo para outro post).

Bem, deixa eu repetir para me acostumar com a ideia: João vai fazer 9. Passou para o 4º ano do Ensino Fundamental! Tem respostas para tudo e cisma em dar a palavra final.

Daí hoje abro o Facebook e me deparo com uma matéria da BBC Brasil que me grita algo que sempre pensei: “Eu me recuso a ser a assistente pessoal da minha filha“. Se você, assim como eu, tiver a curiosidade e quiser ler direto da fonte, vai lá conhecer o Blog da Noelia.

 

‘Eu me recuso a ser assistente pessoal da minha filha’

Quando a espanhola Noelia Lopez-Cheda passou a participar de um grupo de Whatsapp entre os pais dos colegas de escola de sua filha, ela achou que seria uma ótima ideia.

Alguns meses depois, estava totalmente arrependida. Ela decidiu sair do grupo – e seu relato sobre os motivos que a fizeram mudar radicalmente de ideia virou um sucesso na internet.

Mas o que aconteceu?

“Pensei que seria uma boa forma de ficar em contato com os outros pais e saber de atividades, notícias e eventos importantes”, disse Noelia à BBC.

“Para muitos pais ocupados, era uma forma de economizar tempo”.

Mas logo o grupo “virou um monstro”, segundo ela. Noelia passou a viver em meio a um turbilhão de mensagens sobre deveres de casa, leituras recomendadas e notas de provas.

O telefone apitava a noite toda, e a memória do celular de Noelia foi em boa parte consumida pelo grande volume de mensagens sobre a vida escolar de sua filha, Emma.

Até que, em certo dia, Noelia diz ter “visto a luz”.

Ela havia acabado de chegar em casa do trabalho quando Emma, na época com 9 anos, disse que havia esquecido de trazer para casa o dever de matemática e pediu para a mãe pedir uma cópia dos exercícios pelo grupo de Whatsapp.

Noelia pegou o telefone imediatamente e começou a escrever uma mensagem, mas parou subitamente.

“Olhei para o celular e pensei: ‘O que estou fazendo? Chega'”, ela conta.

Consequências

Apesar da reclamação de sua filha, a menina teria que ir para a escola no dia seguinte com as mãos abanando e enfrentar a consequência de ter esquecido de levar o dever para casa.

“Eu me recuso a ser a agenda escolar da minha filha por meio de um grupo de Whatsapp. Eu me recuso a ser quem faz seu dever de casa. Eu me recuso a voltar a ser uma estudante e eu me recuso a ser superprotetora a ponto de assumir as responsabilidades da minha filha”, ela disse neste dia no Facebook, onde o post recebeu muitos comentários dos amigos.

Um deles sugeriu que ela criasse um blog para falar sobre o assunto. O primeiro texto fez sucesso instantaneamente.

“Em duas horas, foi visto por 11 mil pessoas. No dia seguinte, já eram mais de 100 mil. E ultrapassou 500 mil no fim de semana”, ela diz.

Até agora, o blog já recebeu mais de 1 milhão de visitas. Nele, Noelia diz que muitos pais se tornaram assistentes pessoais de seus filhos e que isso é errado.

“Passei a fazer o blog porque estava muito preocupada com milhas filhas e o fato delas não serem proativas. É um problema muito comum nas empresas para as quais dou palestras. Nelas, as pessoas esperam receber instruções em vez de terem iniciativa”, afirma Noelia à BBC.

Noelia também tem seus críticos. Nos comentários nas redes sociais e no seu blog, algumas pessoas se manifestaram contra sua opinião e a consideraram uma “péssima mãe”.

Mas ela diz que a maioria das reações são positivas.

“Deve ser algo bem comuns nas famílias que tem crianças em idade escolar, porque muitas mães disseram se identificar comigo, com o que digo. Elas sabem que superptoteção pode ser um problema. Ajudei a tirar algumas dúvidas, e acho que é daí que vem o sucesso.”

Engraçado que ontem mesmo eu conversava sobre o assunto com a Luanda, minha cunhada e mãe da minha afilhada Manuela, de 2 anos: muitos pais piraram com as ferramentas online hoje disponíveis (whatsapp principalmente). Grupos de pais em whatsapp são sempre uma loucura e raras as vezes dão certo! Sei de várias brigas começadas por má interpretação de mensagens…

Mas a questão aqui é outra: eu (também) me recuso a ser a assistente pessoal do João. Sempre foi assim. Tenho um papel importante e muito difícil a desenvolver: ser a mãe do João.  Gente, é complicado – mas é a tarefa que sempre quis pra mim.

14th fev2014

Ele curte um bom rock!

by Biattrix

Há uma nova rádio na cidade. E nas indas e vindas da escola, é ela que ouvimos.

Hoje, na ida, João ouve TNT, do AC/DC e diz a seguinte frase:

– Isso sim é rock!

Eu posso com isso? Como uma mãe boba, eu me surpreendo com suas tiradas, teorias, histórias.

Talvez você não veja com os mesmo olhos – a cada uma dessas tiradas eu vejo todo o desenvolvimento dele. E ouço a segurança na sua voz. E as gaiatices, então?

Toda mãe tem um momento “babão”. Mas se não, tudo bem. Eu não me importo de estar sozinha nessa onda (embora eu duvide, viu?). Agora, me dá licença que vou ouvir um bom rock. 😉

15th jul2013

Pensa branco

by Biattrix

A primeira segunda-feira das férias pede – não, implora! – para que a gente fique mais tempo na cama, não é mesmo?

E foi assim, hoje mais cedo… acordamos preguiçosos, e ficamos de papo furado e chamegos na minha cama, tentando planejar o que fazer com o dia inteirinho livre, só pra nós.

Entre histórias e cosquinhas, João se perdeu em pensamentos. Virou de lado e permaneceu quieto por alguns minutos, até eu perguntar: “no que você está pensando, filhote?”

– Em nada.

– Em nada? Na-di-nha?

– É, em nada.

– Como pode, João, uma pessoa não pensar em nada? Eu tô sempre pensando em alguma coisa! Como faz para não pensar em nada?

– É só pensar branco. Daí a gente não pensa em nada…

– João, onde você aprendeu isso?

– Não sei se aprendi, acho que nasci sabendo. Pensa branco, mãe.

Branco

 

16th jun2013

Profissões

by Biattrix

Outro dia, ganhamos da Del Valle um tema para conversarmos, João e eu: Profissões.

É claro que aos 7 anos, João cada hora decide ser algo diferente quando crescer. Jogador de futebol ganha com uma margem larga. No meio da grande lista, profissões que me dão muito orgulho. O engraçado é entender o que ele percebe de cada rótulo, de cada profissão. Por exemplo, ele já disse que quer ser como o padrinho e o avô, e trabalhar de terno e gravata. Mas não importa o que eles fazem – são advogados – com tanto que seja vestido com o tal uniforme.

Ontem, reclamando do dever de casa, aproveito para lhe mostrar como eu “ganho” a vida: escrevendo. O dever rejeitado era justo uma redação! (Coitada da mãe desse menino! hahahahahaha…)

No meio de profissões quatrocentonas, surgem novas possibilidades e tento não descartar nenhuma, seja por preconceito ou por… (é tudo pré-conceito, não é?)

Se ele fará uma faculdade, ou não. Se será funcionário público, empresário, empregado… A mim, basta que seja feliz, inteiro em sua escolha. E que ela lhe renda mais que o pão nosso de cada dia.

Impossível não parar e pensar nas minhas próprias escolhas. No apoio incondicional dos meus pais e do meu irmão. Nas mudanças de rumo que já fiz; e nas que ainda farei.

Porque, no fundo, ajudar o João a se descobrir é também um exercício de descoberta das minhas próprias facetas, dos meus limites, vontades e verdades.

É bom crescer com o meu filho. É fantástico aprender com ele.

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