19th out2011

Quer ganhar uma árvore do Carinho?

by Biattrix

Durante o último mês, recebemos aqui em casa uma hóspede inusitada que logo se tornou parte da família: uma muda de laranjeira, da espécie Laranja Kinzu, cultivada como bonsai, a Árvore do Carinho.

Eu, que não levo muito jeito com plantinhas, me apaixonei. A espertinha ainda “tuitava”! João ficou super curioso com as laranjinhas miúdas, enquanto as gatas Kika e Lola rondaram a árvorezinha, intrigadas com o cheirinho das folhas (e para mantê-las longe, tive que apelar para a fedorenta naftalina – dica que li em um livro sobre felinos).

Agora que esta ação chegou ao fim, eu e as mães blogueiras (@1001roteirinhos @blogdati @lilianeferri @rezica @samegui) vamos dar a chance para você ter também a sua Árvore do Carinho! É só participar do Concurso Cultural “Sua Árvore do Carinho“.

É bem simples: basta responder à pergunta “O que é a expressão do carinho, para você?” aqui mesmo, nos comentários deste post até o dia 28/10/2011. As respostas serão escolhidas por um júri da Del Valle e o resultado vai ser publicado em update neste post no dia 03/11/2011.

Para conhecer o regulamento completo, clique aqui. E como disse a Sam, uma das mães blogueiras, “por favor, leia e certifique-se de que está ciente das claúsulas antes de participar, ok?” 😉

Boa sorte!

21st set2011

Dia da Árvore

by Biattrix

Lembro – de maneira um tanto nublada – dos meus dias na escola, aos cinco ou seis anos, quando plantávamos uma árvore em comemoração ao início da primavera, e ouvíamos histórias exaltando a importância da Amazônia.

Tudo era muito distante da minha realidade – a Amazônia, de tão longe, parecia outro planeta.

Agora, tentando refazer alguns dos discursos – tanto da escola, quanto dos meus pais – tenho a impressão de que tudo era posto como se em outro mundo – e não no meu. Não que eu tenha sido criada em uma redoma de cristal. Mas, é fato que meus pais tentaram, mais do que deveriam e em nome do amor, me proteger de muitas coisas. Não acho que essa atitude tenha me alienado – apenas adiou alguns confrontos e questionamentos. Se certo, ou errado, não importa. Foi a escolha deles.

Hoje, assumo outra postura, sigo as minhas escolhas. Afinal, outros tempos, mais informações…

Quero que o João entenda como suas escolhas geram consequências – que somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos – e completo: por tudo aquilo que cultivamos. E que mesmo atentos, ainda assim nossas ações podem influenciar outros, sem que tenhamos a mínima noção.

Somos únicos, indivíduos completos, embora ao mesmo tempo sejamos parte de algo maior: um coletivo – para muitos não diria nem invisível, mas, talvez inexistente – que para crescer saudável depende das ações únicas de cada parte. Longe de uma visão comunista, como eu mesma classificaria esse discurso aos 14, 15 anos… É que de nada adianta ser grande, em um mundo de pequenos. E a escolha de “seguir pequeno como os demais” é negar toda uma existência.

Não pense que sou boa, pura, fraterna – costumo interpretar essa minha visão como algo muito egoísta: quero fazer o melhor para a minha vida! Quero me sentir confortável, tranquila, feliz com as minhas ações. Por exemplo: se, na fila do caixa, no supermercado, logo atrás do carrinho com as minhas compras do mês inteiro, tem alguém-não-importa-o-sexo-ou-a-idade com meia dúzia de coisas, por que fazê-lo esperar que tudo seja registrado, ensacado, debitado, para então chegar a sua vez na fila? Sinto um enorme prazer, uma leveza incrível, quando – por gentileza – o peço que passe a minha frente. Ou seguro a porta do elevador, esperando um vizinho-que-nunca-vi-na-vida dar mais alguns poucos passos até nos alcançar. Quando pergunto “como vai a vida?”, não espero uma resposta lacônica e pró-forma “- vai indo”… Eu realmente quero ouvir e me importo com isso. Porque sei que um sorriso pode mudar muita coisa. E eu adoro sorrisos!

Mas, e o dia da árvore e a bendita, em si, onde cabem neste post?

A árvore cabe na metáfora que uso muito – porque precisamos de raízes, um lugar para chamar de nosso. Mesmo que lá não estejamos. As raízes nos alimentam, fortalecem, nos dão base e a primeira direção: para o alto e avante. Ainda que nos podem, arranquem nossas folhas, flores e frutos, da raíz renascemos. E por falar em flores e frutos, é preciso levar beleza para o mundo! Da perfeita-imperfeição das pétalas aprendemos a perenidade das coisas e seus ciclos. Assim com dos frutos, que precisam amadurecer para oferecer o seu melhor, que alimentam, nutrem e saciam, não a própria árvore!, a vida ao redor.

Que o dia da árvore, hoje, 21 de setembro, seja para pensar em tudo isso. Para ensinar a fazer diferente. E aprender um jeito novo. Dividir, compartilhar a alegria de ser e de estar vivo. 😉

Arvore do Carinho... e a Lola de olho!

 

 

 

17th set2011

Lá em casa!

by Biattrix

Eu sempre quis morar sozinha. E dizia que meu apartamento seria todo branco, com algo de inox, ou vidro. Mas, basicamente branco. [a-ham, senta lá, Bia]

Hoje, divido o apê coloridérrimo [parede roxa, cortinas verdes, almofadas de várias cores] com um filhote lindo e duas felinas. Ainda tem Pablito, um boneco-travesseiro-gigante que trouxe de uma viagem com amigos lá pras terras da Argentina. Em março, duas bromélias, uma alfazema e uma árvore da felicidade vieram morar na varanda!

Não é que agora ganhamos mais uma moradora? Ela é baixinha, lindinha, tem um lado suuuuper tradicional e outro bem moderninho. É a Árvore do Carinho, da Del Valle Mais, uma laranjeirinha cultivada como Bonsai e que tuita todo dia!

Sete mães. Sete árvores do carinho. Sete experiências.

[Mas isso eu copiei da Ti, uma das mães do projeto, que fez esse post aqui, com todos os detalhes!]

A ideia é descobrir como o carinho faz diferença para uma vida saudável e feliz. [Bem, eu já sei disso há tempos! Minha mãe já sabia disso… e agora estou mostrando para o João – na prática – como o carinho deixa tudo mais leve, mais agradável, mais saudável, mais feliz!].

Para saber mais, veja o site da campanha ou siga @DelValleMais .

p.s.: Estou apaixonada pela arvorezinha. O mais legal é que, por ela, a Árvore do Carinho, eu conheci pessoas incríveis: @blogdati, @samegui, @mamíferas,@1001roteirinhos e @lilianeferrari! 

11th set2011

O dedo verde

by Biattrix

Quando criança, eu era muito esquisita.

A menina quietinha, obediente, de olhos verdes e pele branquinha, era – de fato! – uma boneca a ser exibida numa redoma de vidro. Eu fui uma criança de apartamento. Em casa, eu vivia de sapato-de-fivelas (boneca!) e meia 3/4!

 

O oposto exato da minha mãe.

Minha mãe cresceu em casa de quintal, sem luxos, sem geladeira ou TV, com o pé no chão. Quando não  brincava de casinha, pulava carniça, jogava bola de gude, soltava pipa e marimbondo! – Isso mesmo: ma-rim-bon-do. Ela laçava o infeliz, lhe arrancava o ferrão e dava linha… até puxá-lo de volta e continuar a brincadeira! – Mamãe adorava comer frutas no pé, coisa que eu nunca entendi! Fruta suja, com coco de passarinho e teia de aranha, eca!

Não lembro de amar a casa da minha avó, como João adora a dele… Agora, tentando lembrar, só penso no medo que eu sentia quando lá estava. É que vovó morava em uma casa-sítio. Eram seis mangueiras, um bambuzal, e mais um monte de outras espécies: lágrimas-de-nossa-senhora (das continhas eu fazia colares e pulseiras!), babosa, espadas-de-São-Jorge, bananeiras, roseiras, goiabeira, fruta-do-conde (amo!) e mato, e terra, e lama, e pedrinhas! Ah! E bichos, muitos bichos! Cachorro, gato, galinha, ganso, marreco, papaguaio, piriquito, coelho… Mais os insetos. Milhares de insetos moravam naquele ecossistema complexo, que todos insistiam em chamar “casa da vó Cutica”.

Sou esquisita, não?!

Eu tinha medo de mosca, abelha, vespa, besouro, marimbondo, mosquito… mariposa e borboleta. Aliás, resumindo: eu tinha medo de tudo o que voava. E de cachorro, de ganso, do marreco e da galinha. Mas, eu adorava os bichos. Todos, sem exceção. Se todos estivessem nos livros. Isso eu sempre amei! Nunca tive medo de livro grosso e pesado. É que desde os quatro anos eu vivo uma vida virtual, conectada com minhas fantasias, histórias em quadrinhos, heróis, outros países e planetas…

Peraí – entenda: eu ia a praia de havaianas. Mergulhava de havaianas. Não tirava as havaianas dos pés.  Eu não curtia a areia entre os dedos dos pés. Pode?!

Curiosa, sempre procurei saber um pouco sobre quase tudo. Adoro estudar e aprender coisas novas – o que, para mim, representa energia em movimento. Até sei sobre mitologia romana, mas não gravo os nomes das plantas. Ô, dó! Se palmeira ou bananeira, árvore é árvore, e tem também arbusto, moitinha e flores. Pronto.

Sempre perguntei a minha mãe como faria com meu filho.
Como ensiná-lo sobre esse mundão de coisas?

Mamãe é do tipo Tistu. Ela tem o dedo verde. Suas plantinhas estão sempre lindas e bem cuidadas. Ela passa horas no jardim, sabe o nome de tudo o que é planta. Se gosta de sol ou prefere a sombra fresca. Se floresce em maio, setembro ou janeiro… Se é época de morango, caqui, caju, abricó ou abacaxi. Sabe até quando é ananais!

E mesmo morando em apartamento, nossa casa sempre tem muitas flores! O carinho que mamãe tem pelas pessoas, ela dá em dobro as plantinhas. E quando uma nova flor se abre, ela toda sorridente e orgulhosa nos chama para ver… Hoje, eu gosto tanto disso, que muitas vezes me pego relembrando suas caras e bocas a contar sobre um novo botão do seu jardim.

Foi minha mãe quem me deu a muda da Árvore da Felicidade que cresce na minha varanda. Ela me levou à Cobal, me ensinou a escolher o vaso, a terra, o adubo. Replantou a muda, me orientou sobre os cuidados…

E com esses gestos simples, de muito carinho, ela me ajudou a transformar meu apartamento em um lar.

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